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Chega de chá d.. digo de saudade - O Filme
Feliz da vida fui assistir ao badalado filme Chega de Saudade em uma sessão para imprensa, no Rio de Janeiro. Brasília já tinha visto e dançado e a sessão em São Paulo tinha
sido na semana anterior. Finalmente tinha chegado a vez do Rio. É claro que nem tudo foi festa, começando pela minha chegada no cinema errado quando rapidamente tive que ver
meu email numa lan-house e conferir o endereço. Chego então esbaforido e aguardo a sessão começar. Ao contrário de sessão para video-locadores, a sessão para imprensa não tem
paparico algum, ótimo para a imparcialidade. Pela sinopse sabemos que o filme retrata um típico baile da melhor idade paulistano e suas idiossincrasias, com histórias
cotidianas de seus frequentadores.
"Chega a hora do baile e, claro, temos os preparativos normais, gente chegando, DJ arrumando equipamento e música começando a tocar. Ao chegar no salão escuto um lindo samba
instrumental e vejo os primeiros passos de dança da noite. Pagode paulista era o que o casal estava dançando, claro, estou em São Paulo, mas a maioria estava dançando o
carioquissimo samba de gafieira. Sentado e bem acomodado vejo o eterno campeão das pistas Álvaro chegando com Alice. Estou com sede, tento chamar o garçon mas ele passa direto.
Começa então a tocar "Disritmia" na voz do próprio Martinho, afinal a banda ainda não estava pronta e ainda estava na hora da música "mecânica". Aliás, eu normalmente até
prefiro música original com DJ do que banda, mas essa noite a Ana ia cantar e a voz dela realmente vale a pena. Quando então ela começa cantando "Não deixe o samba morrer",
eu que já estava com comichão para dançar começo a subir pelas paredes. Mas não tinha dama do meu gosto e sou muito exigente, ainda mais agora que estou fora de forma,
se não tomar cuidado é mico na certa...
Eu tinha vindo por causa do Marquinhos, o DJ. Tinham me dito que ele mandava bem. A Bel, sua namorada, tinha me adicionado no orkut no mês anterior. Só que nem pude falar com
ele porque ele estava preocupado com a Bel pois a tinha trazido pela primeira vez ao baile e quando dava folga no som ele sumia atrás dela. Também, trazer namorada que nunca
dançou para baile é a maior furada.
Pude então observar o baile, coisa que normalmente eu não fazia, pois sempre que ia aos bailes eu dançava e não dava tempo de ficar prestando atenção.
Comecei a perceber o pessoal azarando na maior cara-de-pau e pouca-vergonha, era beijo na boca, olhares furtivos, convites indecorosos, casais se esfregando. Eu
nunca tinha visto isso em anos de bailes no Rio de Janeiro. Será que os bailes em São Paulo são diferentes ou eu é que só me preocupava em dançar e não notava ?? É verdade
que já tinha visto tudo aquilo antes, mas nunca numa só noite. Tudo o que eu imaginava acontecer em festas raves ou bailes funks estava acontecendo, inacreditável !!
Enfim, muitas surpresas e finalmente me toco que eu estava tomando o maior chá de cadeira. Será que era por isso que eu comecei a achar que não conhecia aquele lugar ? Afinal,
eu só dançava em bailes e nunca observava tão atentamente.
Ah, vejo o Ernesto vindo em minha direção. Ia finalmente perguntar o que estava acontecendo mas ele passa direto, transtornado. O Eudes então, não saía de perto de uma
menininha que não dava para ver o rosto e não me deu nem um oi. Acho que ele vai apanhar hoje, a Marici, que é cacho dele, estava uma arara e com razão. Chega então o final do baile e meu primeiro chá
de cadeira. Passei o baile inteiro doido para dançar, parecia que ninguém me via ali, sentado na platéia do cinema...."
Chega de Saudade conseguiu a proeza de me transportar para dentro do filme, dava para esquecer que eu estava no cinema e não numa mesa do baile.
E no final do filme, infelizmente ao contrário da exibição de Brasília, na sessão que fui ninguém dançou...
Acredito ser este o primeiro filme brasileiro com tema específico de dança de salão depois dos filmes da época da lambada. Felizmente no teatro temos já várias peças realizadas e espero que este seja o
primeiro de muitos filmes. As histórias do filme ocorrem dentro de um salão de baile, mas estão longe de serem histórias de dança, são histórias de vida, com alegrias e
tristezas inerentes ao ser humano.
Marco Antonio Perna
Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2008
Data de Estréia: 21 de Março 2008
Veja o trailer no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=9xY-lFfdsns
Sinopse: História ambientada durante uma noite de baile, num clube de dança em São Paulo. A trama começa ainda com a luz do sol, quando o salão abre suas portas,
e termina ao final do baile, pouco antes da meia-noite, quando o último frequentador desce a escada. O espectador acompanha, em uma única noite, os dramas
e as alegrias de cinco núcleos de personagens frequentadores do baile. Mesclando comédia e drama, Chega de Saudade aborda o amor, a solidão, a traição
e o desejo, num clima de muita música e dança.
FICHA TÉCNICA
Laís Bodanzky - Diretora
Luiz Bolognesi - Roteiro
Caio Gullane e Fabiano Gullane - Produtores
Gullane Filmes e Buriti Filmes – Produção
Miravista, Globo Filmes e ARTE France - Co-produção
Walter Carvalho – Direção de Fotografia
Marcos Pedroso - Direção de Arte
J. C. Violla - Coreografia
BiD - Trilha Sonora
ELENCO PRINCIPAL
Tônia Carrero (Alice), Betty Faria (Elza), Cássia Kiss (Marici), Stepan Nercessian (Eudes), Paulo Vilhena (Marquinhos), Maria Flor (Bel),
Elza Soares (Ana) e Leornardo Villar (Álvaro).
Críticas de colaboradores: (Se não viu o filme, não leia pois contém informações só para quem assistiu e vai perder a graça para você assistir)
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Rio, madrugada de 11 de marco de 2008.
Acabei de chegar da pre-estreia do Chega de Saudade. Foi bom ver duas vezes para refletir melhor. O filme eh muito bom, embora muito particularmente eu nao goste da linha Robert Altman que o filme segue (embora de longe), mas admito ser um gosto puramente pessoal. Cada detalhe do filme remete a parts. Resta saber o que vao pensar as pessoas que nao sao do meio da danca de salao depois do filme. A maioria jah acha que eh coisa de velho, agora vao achar que eh de velho safado...
Digo isso porque, pelo menos no Rio e em bailes que fui em outros estados, dah perfeitamente para levar criancas a baile, mas nesse do filme soh crianca acima dos 18...
Fiquei com a impressao tambem de que em Sao Paulo os bailes sao assim. Alguem pode relatar como sao os bailes de Sampa ? Parece que sao proibidos para menores... Jah estou instigando mesmo... Podem malhar.
Espero, apos o dia 21 quando o filme estreia, que voces me digam que estou muito careta e que o filme nao vai denegrir nosso meio, ou que concordem ou reclamem comigo. Acho que esse filme vale o debate.
A pre-estreia no Rio foi no Cine Palacio, na Cinelandia. Infelizmente eh um cinema antigo que esta precisando de reforma, nao deu para notar se jah estao reformando, estava um lixo. O ar nao estava ligado e na sala de espera estava insuportavelmente quente. Pelo menos ao entrar na sala de exibicao n
A presenca dos atores e producao do filme compensou qualquer calor ou espera. Estavam lah prestigiando: Leonardo Vilar, Maria Flor, Paulo Vilhena, Elza Soares, Betty Faria, Stepan Nercessian e a diretora Lais Bodanzky. Alem, eh claro, de inumeros membros da producao e alguns outros atores do filme.
Depois do filme a festa de lancamento foi no Lapa 40 graus, casa noturna do Carlinhos de Jesus (que estava lah, eh claro) ao lado do tradicional clube dos Democraticos, na Lapa, com show da Elza Soares e a banda do filme. Infelizmente nao pude ficar ateh o final, mas posso dizer que a casa eh linda
Chega de Saudade eh um filme que veio para marcar presenca e eh importante que todos nos fiquemos atentos a ele. A propria Danca dos Famosos, do Faustao, tem muitos defeitos e equivocos (ao contrario do filme que peca pela autenticidade), a comecar pelo juri tecnico (tirando Jaime e Carlinhos, eh cl
Desculpem se estou sendo chato, mas eh importante chamar a atencao para certos pontos e nao empurra-los para debaixo do tapete.
[ ]s
Perna
31/03/2008
Srs,
Fui ver o filme e no geral, posso dizer que apesar de tudo, gostei do filme pela mensagem que ela tenta passar para a terceira idade. É claro que o filme tem algumas cenas apelativas, distorcendo completamente do que realmente acontece em um baile de dança de salão.
Entendo que a Diretora procurou passar para o público e para as pessoas da "boa idade" uma mensagem de otimismo, de vida, de alegria. Hoje, a maturidade proporciona uma certa loucura e o idoso não se entrega ao ostracismo, ele vai à luta, ele ama, ele paquera, ele dança, ele frequenta academias de g
Infelizmente, fiquei decepcionada com algumas cenas do filme, onde é transmitido ao público, principalmente aos que não conhecem um baile de dança de salão, uma idéia de que algumas senhoras estão ali no baile para tirar o atraso da sua vida sexual. Será que isso acontece muito em S.Paulo ?
O que vejo nos bailes e nas casas noturnas dançantes , que freqüento em minha cidade no Rio de Janeiro, são pessoas que estão ali pelo simples prazer da dança, da diversão; são pessoas, que difìcilmente fumam ou bebem; são grupos de amigos(as); ou são grupos de senhoras, que se utilizam do recurso d
É uma pena que o filme tenha ficado centrado numa imagem de um baile de "pegações" da maior idade, não mostrando o verdadeiro encanto e a magia da dança a dois, a entrega de casais em dois ou três minutos de música, debaixo de um respeito mútuo, sem segundas intenções.
A vergonha me fez descartar a vontade de levar a minha mãe, meus filhos para assistirem ao filme, porque correrei o risco de passar uma imagem vulgar dos bailes de dança de salão, a qual não é verdadeira.
Você indicaria este baile para a sua digníssima mãe?
Angela Vega
07/04/2008
Saudações dançantes!
Eu assisti o filme no final de semana.
Acho que o que tinha que ser dito sobre ele já foi escrito aqui.
Para mim o filme reforça a idéia de que filme brasileiro é apelativo e
sexual....
Realmente, ele é pésssimo para a imagem da dança de salão, sem preconceito
ao pessoal de 3a idade, mas ele mostra apenas um baile com muita gente
idosa, e as pessoas podem continuar com a imagem de que "dança de salão é
coisa de velho".
A parte sexual então, nem se fala, realmente não acontece tudo aquilo em um
baile aqui em São Paulo, muito pelo contrário, eu me lembro, quando eu
comecei a dançar, que fui no baile do Club Homs com meu namorado, ele foi
embora mais cedo, e eu fui dar um beijo um pouco melhor do que um selinho na
saída... O segurança já veio separar, dizendo que não podia... E realmente
não se vê o pessoal se agarrando em bailes como mostra o filme...
A mim não cabe analisar a intenção do diretor, mas sim, o que isto pode
refletir em nosso meio. Não acho que melhora em nada a dança de salão, muito
pelo contrário, o filme só piora.
Um abraço dançante!
Solange Gueiros
07/04/2008
Queridos amigos,
O jornal Dance Campinas recomenda uma sessãozinha de cinema com o filme "Chega de Saudade", que está nas salas do Kinoplex e Cinemark (aqui em Campinas) e em várias salas de São Paulo.
O filme retrata dramas e conflitos de personagens que frequentam o tradicional salão de baile paulistano União Fraterna, localizado em Água Branca.
Curiosa, fui xeretar o site da casa: www.uniaofraterna.org.br
O vídeo é divertido pela atuação do elenco e principalmente pela identificação dos diversos "estereótipos" bem notáveis nos bailes até os dias atuais.
Abraços,
Luiza Bragion
Jornal Dance Campinas
09-05-2009
Crítica
(tardia) ao filme “Chega de Saudade”, dirigido por Laís Bodanzky.
Foi
com grande desprazer, digo vergonha e até raiva, que saí do teatro
do SESC de Nova Iguaçu, no dia 09-05-2009, após a exibição do filme
“Chega de Saudade”. A iniciativa do SESC em apresentar filmes nacionais
é maravilhosa pois ajuda a desmistificar a visão que grande parte
da população ainda tem acerca do cinema nacional, porém a escolha
do filme, essa sim, nos trouxe grande constrangimento.
A
vergonha se deu pelo fato de eu ter convidado todos os alunos e amigos
para assistirem a um filme nacional que, em teoria, deveria mostrar
o cotidiano dos dançarinos, professores e frequentadores da Dança
de Salão e seus bailes, quando na verdade, o que se viu foi uma visão
deturpada e preconceituosa do Baile de Dança de Salão.
Imaginava eu que nós, que fazemos parte do contexto em questão, já
havíamos sofrido todos os preconceitos num período remoto – quando
éramos tidos como homossexuais, michês, prostitutas e etc. somente
pelo fato de praticarmos Danças de Salão – antes de esta mostrar
sua cara em programas de televisão e filmes, porém vi que ainda há
um grande caminho a ser percorrido para que todo o preconceito, que
ainda está arraigado em nossa sociedade, se esvaia.
O
filme em questão mostra um ambiente que envergonha toda a sorte de
pessoas que se fazem necessárias para a realização de bailes de Dança
de Salão, desde o dono do espaço até os dançarinos, passando por
garçons, DJ’s, promoters,
etc.
A
raiva se deu com o enredo e com as cenas que o filme mostra. O enredo
em questão mostra um ambiente onde predominam casais que coabitam com
a infidelidade, com a falta de respeito pelo(a) parceiro(a), com a libidinagem.
E o pior de tudo é que mostra cenas fortes... Se uma pessoa que não
conhece o ambiente da Dança de Salão vir o filme em questão nunca
permitirá a si mesma e aos seus de penetrarem neste ambiente. A cena
de uma mulher se masturbando no banheiro após dançar um tango e, se
somente isso não fosse o bastante, logo após sendo masturbada pelo
dançarino do tango em questão em pleno baile é de péssimo gosto.
A profissão de personal dancer
é uma das que ainda traz em si muitos preconceitos, e o filme “Chega
de Saudade” a faz parecer ainda pior, pois ela é realizada de forma
descarada, como se o personal
fosse um objeto a ser avaliado e depois ele recebe por fazer uma dança
e “dar um amasso” num canto do salão em uma personagem.
Ao
assistir ao filme percebi que a visão que se tem é que todos os homens
que frequentam os bailes são casados e traem suas respectivas mulheres
no baile, inclusive com a aceitação das amantes e da esposa; que as
mulheres vão ao baile apenas com a finalidade de conseguirem um parceiro
sexual, que não precisa ter a menor afinidade para a realização de
tais fins; e, se não fosse o bastante para que o filme manchasse a
imagem da Dança de Salão, ele ainda traz uma séria mensagem: Não
deixe sua namorada perto de um dançarino, pois você irá perdê-la!!!
O quadrilátero amoroso formado pelos personagens de Stepan Nercessian,
Paulo Vilhena, Maria Flor e Cássia Kiss dá a impressão de que o dançarino
é um ser que tem o dom de convencer toda e qualquer mulher, não importando
quantas besteiras ele tenha feito.
O
filme é preconceituoso, e não há outra palavra que dê melhor definição.
Impressiona-me o quanto esse mesmo filme tenha sido premiado e divulgado
sem que eu tenha visto qualquer crítica dos meios que representam a
Dança de Salão – e também na internet – a todas as atrocidades
que o mesmo comete. Espero que isso se dê pelo mesmo fato que me leva
a escrever estas linhas somente agora, pois eu o assisti somente na
semana passada.
Sem mais para
o momento,
Jean Silveira
Professor de
Dança de Salão e Dançarino
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Nas páginas da Pluhma usando o Google (pesquisa nas sinopses, porém as vezes existe mas o google não acha):